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Quinta-feira, 03 de fevereiro de 2022

Circular de fevereiro de 2022 de Dom Milton

Foto | Circular de fevereiro de 2022 de Dom Milton
Barretos, 03 de fevereiro de 2022
 
Circular 01/2022
 
Prezados (as) irmãos (ãs),
 
Ao reiniciar as cartas circulares, neste início do ano de 2022, quero, antes de tudo, manifestar-lhes meus votos de que neste ano nossas esperanças tornem-se realidade; e os desafios em tarefas e possibilidades, para crescermos como pessoas capazes de acolher e dar amor!
 
Desde o ano passado, tenho aproveitado para refletir sobre a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “A alegria do amor”, do Papa Francisco; já que este ano é especialmente dedicado à sua reflexão e aprofundamento.
 
Se vocês se recordam, nas últimas circulares eu refletia com vocês sobre o capítulo oitavo: “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”. Já tratei do integrar e do discernir, cabe agora tratar do acompanhamento. 
 
Nós podemos traduzir acompanhamento por pastoral. Toda pastoral é uma arte de acompanhar. É próprio do pastor acompanhar o seu rebanho, conduzi-lo para os campos verdejantes, levá-lo às águas refrescantes. Para isso mesmo, o Papa convida a todos os que na Igreja têm a tarefa de animar, educar, formar, para que se dediquem em acompanhar, à semelhança dos pastores, aqueles que estão em condições mais vulneráveis.
 
Um dos subtítulos do capítulo é “a lógica da misericórdia pastoral”. A ação pastoral, e a arte em acompanhar casais feridos, famílias fragilizadas, deve ser sempre pautada pela misericórdia; o que não significa que relativizemos a beleza do matrimônio, nem renunciemos ao ideal que Jesus propõe aos casais; mas, considerando as muitas situações que comprometem ou dificultam a vivência do ideal, acabam por exigir que a Igreja acompanhe “com misericórdia e paciência, as possíveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia” (n. 308).
 
Para ilustrar esta verdade, o Papa nos fala da necessidade de evitar perseguições ou juízos duros e impacientes, e lutarmos para vencer a tentação de nos tornarmos controladores da Graça e não facilitadores, transformando assim a Igreja numa alfândega, ao invés de uma casa paternal, onde há lugar para todos com a sua vida difícil.
 
Acompanhar torna-se cada vez mais um desafio para o mundo em que vivemos, porque exige tempo, capacidade de ouvir com atenção, a servir-se da empatia para ajudar as pessoas a reconhecerem seus limites, seus enganos, sem desrespeitá-lo ou abusar da sua consciência. Não se trata de chamar o mal de bem, nem ao contrário, de bem ao mal; mas avaliar o grau de responsabilidade que cada pessoa tem sobre seus atos, e as possibilidades de reconstruir sua vida, tendo como fundamento a verdade.
 
O Papa Francisco diz que corremos risco de colocar tantos condicionamentos à misericórdia que corremos o risco de esvaziá-la de “sentido concreto e real significado, e esta é a pior maneira de frustrar o Evangelho.” (n. 311).
 
O acompanhamento exige também discernimento. Já falamos anteriormente sobre a arte de discernir. O discernimento se dá graças ao acompanhamento que dedicamos às pessoas e aos seus dramas.  Trata-se de “um discernimento pastoral cheio de amor misericordioso, que sempre se inclina para compreender, perdoar, acompanhar, esperar e sobretudo integrar” (n. 312).
 
As três atitudes indicadas pela Exortação “A Alegria do Amor” estão profundamente ligadas entre si; elas, por sua vez, se completam; e, somente unidas entre si, são capazes de resgatar a esperança e a confiança naqueles que “perderam a rota ou estão no meio da tempestade” (n. 291).
 
A Exortação não apresenta uma resposta fácil, ou então, não dá uma receita já pronta; mas, ao contrário, convida a todos voltar o olhar para os que sofrem, para avaliar a sua dor e oferecer-lhes uma palavra que ressuscite a esperança e condições para recuperar o amor frustrado ou perdido, restabelecendo relações e reconstruindo famílias ameaçadas.
           
Dom Milton Kenan Júnior
Bispo de Barretos
 
 
 
AGENDA EPISCOPAL
FEVEREIRO 2022
 
08 – Reunião do Secretariado de Pastoral, de forma remota, às 9h
 
09 - Missa com crismas, na Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua, em Barretos, às 19h30
 
12 – Formação Diocesana sobre a Campanha da Fraternidade 2022, na Cúria Diocesana, às 14h
 
13 a 16 – Encontro dos Bispos da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto, em Rifaina, na Diocese de Franca
 
17 - Reunião de forma remota do Conselho Episcopal Regional da CNBB Sul 1, às 9h
 
- Reunião com Superiores e Responsáveis pelas casas da Cidade de Maria e Comissão de Trabalho, na casa de Encontros Dom Antonio M. Mucciolo, às 20h.
 
18 – DEDICAÇÃO DA CATEDRAL DIOCESANA DE BARRETOS, Santa Missa na Catedral, às 12h.
 
- ORDENAÇÃO PRESBITERAL dos Diáconos Roger Manoel Carmanhan e Israel Felipe Mola Leonardi, na Igreja Matriz de São José em Morro Agudo, às 19h30
 
22 – Reunião da Comissão da Iniciação à Vida Cristã, em Limeira, a partir das 9h
 
24 - Reunião Geral do Clero, na Cúria Diocesana, a partir das 9h
 
- Reunião de forma remota da Comissão Regional da Animação Bíblica da Pastoral, às 16h.
 
Por: Dom Milton Kenan Junior
Dom Milton Kenan Junior

Sobre o autor:

Dom Milton é o 6º bispo da Diocese de Barretos. E-mail: dommilton@diocesedebarretos.com.br
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