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Pai, matai-os ou "Pai, perdoai-lhes"
Jesus, no horto, beijado falsamente por seu apóstolo Judas, o iscariotes. Algemado, preso, sem direitos, sem advogado. Debochado por soldados, esbofeteado, cuspido, ridicularizado. No interrogatório, num tribunal apressado para obter a pena de morte, vítima de calúnias e injúrias. Conduzido para ser impiedosamente chicoteado, ficou totalmente ensanguentado. Humilhado com uma coroa de espinhos cravada em seu crânio a golpes de paus.
Condenado a ser morto numa cruz, como um bandido, um malfeitor, um subversivo, precisou carregar a própria cruz diante de centenas de pessoas, e já quase sem forças precisou de ajuda, para que não morresse no caminho do calvário.
Perdeu até suas roupas. Nu, sofreu os golpes de cravos em cada punho e nos pés, e assim foi levantado, com dores insuportáveis e terríveis por longas e intermináveis horas.
Em nenhum momento, mesmo com um grito de Eli, Eli, lamá sabactãni, Jesus pediu para o Pai que matasse todos os seus executores, enviando seus exércitos celestiais para aniquilar seus inimigos. Durante tudo o que passou, a cada golpe, a cada ofensa, a cada murro, chicotada, espinhos, cravos, sua oração foi: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem".
Por que? – Porque o seu mandamento é: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!' Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos" (Mt 5,43-45).
E em seguida já tinha ensinado que gostar de quem a gente gosta, isso é fácil. Rezar por amigos, por familiares com quem bem convivemos, isso é fácil.
Amar os inimigos? Rezar por eles e por todos os que nos perseguem? – Esse é o caminho que Jesus nos convida a percorrer. Ele também já havia prevenido seus seguidores para que não tivessem medo de ninguém, mesmo daqueles que só podem nos tirar a vida terrena, mas não conseguem matar o Espírito que mora em nós, pela nossa filiação divina, pela graça da salvação eterna que Ele nos conseguiu na sua Paixão, Morte e Ressurreição.
"Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48).
Sobre o autor:
Diácono permanente da Diocese de Barretos, ordenado aos 10/08/2012. Jornalista com curso superior em Comunicação Social.