O Vaticano anunciou na terça-feira, 20, que a Igreja Católica publicará uma Constituição Apostólica que trata da acolhida dos anglicanos que desejam aderir ao catolicismo, individualmente ou em grupos.
De acordo com o novo documento, serão criados Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos anglicanos que se tornam católicos manterem a identidade e especificidade espiritual e litúrgica próprias. Os padres, que na Igreja Anglicana são casados, poderão ser reconhecidos na Igreja Católica para continuar a exercer seu ministério. Segundo padre Elias, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, da CNBB, ao permitir que os anglicanos convertidos ao catolicismo conservem suas tradições litúrgicas e espirituais, o documento se coloca em sintonia com o Concílio Vaticano II, “que afirma a eclesialidade das tradições eclesiais oriundas das Reformas dos séculos XVI e XVIII”. Na opinião do assessor, a Igreja Católica não incentiva a conversão de anglicanos para o catolicismo, “mas se preocupa no modo de acolher os que querem se tornar católicos, valorizando riquezas da sua formação cristã na tradição anglicana”.
Ainda de acordo com Pe Elias, o novo documento é fruto dos anos de diálogo entre católicos e anglicanos e manifesta que nas duas tradições eclesiais há significativas convergências e consensos, sobretudo em questões espirituais, litúrgicas e pastorais.