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Sábado, 14 de novembro de 2020

Artigo de Dom Milton: Dia Mundial dos Pobres

Foto | Artigo de Dom Milton: Dia Mundial dos Pobres
Neste domingo, quinze de novembro, quando a Igreja celebra a liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum, comemora-se o Dia Mundial dos Pobres. Há cada ano, o Papa Francisco que foi quem instituiu esta comemoração, envia uma mensagem para esta ocasião, que neste ano tem como tema “Estende a tua mão ao pobre” (Eclo 7,32).
 
Nesta mensagem ele fala das muitas mãos estendidas para o socorro do pobre, diariamente, no silencio; mas com grande generosidade. Nestas mãos fica evidente que são milhares de santos “que vivem perto de nós e são um reflexo da bondade de Deus” (GE 7). Ao contrário das más notícias que ocupam páginas dos jornais, na internet e nas telas de televisão; os gestos realizados pelas mãos estendidas com generosidade aos pobres passam desapercebidas.
 
Neste período em que pandemia do covid-19 apanhou o mundo de improviso e nos encontrou despreparados, deixando-nos desorientados e impotentes, a mão estendida para o pobre não chegou de improviso. Também a solidariedade e a generosidade demonstradas por tantos gestos e serviços alastrou-se, para socorrer, confortar, assistir e ajudar as vítimas e suas famílias do vírus implacável.
 
Francisco afirma: “Este é um tempo favorável para voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo (...).
 
“Estende a mão ao pobre é, pois, um convite à responsabilidade, sob forma de empenho direto, de quem se sente parte do mesmo destino. É um encorajamento a assumir os pesos dos mais vulneráveis, como recorda são Paulo: “Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo. (...) Carregai os fardos uns dos outros “(Gl 5, 13-14; 6,2).
 
Por outro lado, Francisco chama a nossa atenção ao fato de que, por contraste, ter também aqueles que mantém suas mãos nos bolsos, que não se deixam comover pela pobreza; permanecem na indiferença, capazes de com um toque no computador transferir milhões duma parte do mundo para a outra, lucrar  com a venda de armas, trocar doses de morte para se enriquecer e viver no luxo; ou  favores ilegais por um lucro fácil e corrupto.
 
Sem nos darmos conta ficamos incapazes de nos compadecer diante do clamor dos outros, não choramos as suas dores, não nos interessamos em cuidar dele, como se fosse uma tarefa para os outros e não para nós. Esquecemo-nos de que não poderemos ser felizes, enquanto estas mãos que semeiam morte não se transformarem em instrumentos de justiça e de paz para o mundo inteiro.
 
A mensagem de Francisco conclui-se recordando-nos que “neste caminho de encontro diário com os pobres, acompanha-nos a Mãe de Deus que é, mais do que qualquer outra, a Mãe dos pobres. A Virgem Maria conhece de perto as dificuldades e dos sofrimentos de quantos estão marginalizados, porque Ela mesma Se viu a dar à luz o Filho de Deus num estábulo. Devido à ameaça de Herodes, fugiu, juntamente com José, seu esposo, e o Menino Jesus, para outro país e, durante alguns anos, a Sagrada Família conheceu a condição de refugiada. Possa a oração à Mãe dos pobres acomunar estes seus filhos prediletos e quantos os servem em nome de Cristo. E a oração transforme a mão estendida num abraço, de partilha e reconhecida fraternidade”.
 
Fica então o convide: “Estende a tua mão ao pobre!”
 
Por: Dom Milton Kenan Junior
Dom Milton Kenan Junior

Sobre o autor:

Dom Milton é o 6º bispo da Diocese de Barretos. E-mail: dommilton@diocesedebarretos.com.br
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