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Quinta-feira, 15 de julho de 2021
Circular de julho de 2021 de Dom Milton
Barretos, 15 de julho de 2021
Circular 07/2021
Prezados (as) irmãos (ãs),
Neste ano, ocorre pela primeira vez o Dia Mundial dos Avós e Idosos, no quarto domingo do mês de julho, por decisão do Papa Francisco. Pelo fato de estar próximo da memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, os santos avós de Jesus, o Papa quer a cada ano lembrar a importância dos avós e dos idosos para a vida da Igreja e do mundo.
Quero, por isso, na circular deste mês, sugerir alguns aspectos do magistério do Papa Francisco sobre os avós e idosos que acredito poderão ajudar-nos a celebrar esta data com maior consciência e devoção.
Também para este dia, o Papa dirigiu uma mensagem especial que tem como título “Eu estou contigo todos os dias”, em que ele diz que a pandemia, qual tempestade inesperada e furiosa, ceifou tantas vidas de pessoas idosas que partiram deste mundo, sem mesmo poderem despedir-se de suas famílias.
Entretanto, também nesta noite escura em que a humanidade vive, Deus continua a enviar “anjos”, como enviou a Joaquim, esposo de Ana, pai da Virgem Maria, (conforme um relato antigo), para lhe dizer que Deus ouvira a sua oração insistente, e concedeu a Ana a graça de conceber na velhice Aquela que seria a Mãe do Salvador.
Também hoje, Deus se serve de um filho, de um neto, de um vizinho, para amparar idosos esquecidos; e serve-se também da sua Palavra para confortá-los nas suas tribulações.
Em outras ocasiões, Francisco, citando o Papa Emérito Bento XVI, afirmou que a qualidade de uma sociedade, de uma civilização, se mede pelo modo como se tratam os idosos e pelo lugar que lhe reservam na vida comum.
Na vida da Igreja, muitas vezes, a convivência com os idosos gerou uma bagagem de sabedoria, que faz jus ao que diz o livro do Eclesiástico: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles aprenderam dos seus pais. Estudarás com eles a arte do conhecimento, e a arte de responder de modo oportuno” (Eclo 8, 11-12); por isso ela não pode tolerar uma mentalidade de intolerância, e muito menos de desprezo e indiferença para com eles. Se a sociedade tende a descartar os idosos, Deus jamais descarta ninguém; pois Ele nos chama em todas as fases da vida.
Na Exortação “Amoris Laetitia”, o Papa diz que “os idosos são homens e mulheres, pais e mães que, antes de nós, percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. Por isso, como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descarte com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos!” (AL 191).
Na sua mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, Francisco insiste na importância que os idosos têm nesta crise em que vivemos. Eles não deixam de sonhar um mundo novo de justiça, de paz e de solidariedade. Eles têm a arte de recordar, fazer memória e transmitir esta memória às novas gerações, permitindo que construamos um mundo mais humano e acolhedor. Enfim, lembrando o Papa emérito Bento XVI, Francisco diz que a oração deles pode proteger o mundo, ajudando-o talvez de modo mais incisivo do que a fadiga de tantos. A oração dos idosos é um dom precioso, é como um pulmão para a Igreja e o mundo.
Celebremos com alegria o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos no próximo dia 25 de julho! Que eles encontrem em nossas comunidades o respeito que merecem e o apoio necessário para poderem continuar a enriquecer as comunidades, os lares e o mundo com a sua sabedoria repleta de experiência e de valor.
Dom Milton Kenan Júnior
Bispo diocesano
Por: Dom Milton Kenan Junior
Sobre o autor:
Dom Milton é o 6º bispo da Diocese de Barretos. E-mail: dommilton@diocesedebarretos.com.br