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Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Jesus participa de nossas dores e sofrimentos
Entre os pressupostos básicos da vivência da fé cristã está: aqueles que se propõem a seguir Jesus com fidelidade devem ter cada vez mais clareza acerca da fé que professam. Esta clareza ultrapassa a dimensão intelectual, a simples compreensão de elementos doutrinais e, abarcando a totalidade do ser, promove a contínua e profunda experiência do encontro-reencontro do discípulo com seu Senhor; nessa dinâmica o caminho do discipulado se faz e se refaz.
Á medida que se aprofunda, a vivência da fé cristã possibilita, a cada discípulo e à comunidade dos discípulos, que sua vida e caminhada se configurem, cada vez mais, á Cristo. Seguir Jesus Salvador-Mestre-Senhor, assumi-Lo como o Tudo, libertos da força do pecado e da morte, de nós mesmos, de relações tóxicas e da dureza dos corações possibilita-nos alcançar o grau de identificação manifesto por Paulo na Carta aos Gálatas “Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20) e na Carta aos Filipenses: “Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho” (Fl 1,21).
O caminhar do discípulo-missionário é, também, marcado pela experiência de quem se deixar ser visitado, a todo instante, por seu Senhor. A visita de Jesus é sempre libertadora; à sogra de Pedro Ele restituiu, inclusive, a saúde física. Vale ressaltar que os sinais extraordinários realizados por Jesus não possuem fim em si próprios; para além da simples restituição física, estes sinais revelam: 1) Que o poder de Deus é absoluto; 2) Que Jesus é a manifestação plena do amor do Pai; 3) Que as forças do pecado e da morte não imperam sobre os que creem 4) Que todos são chamados a segui-Lo.
Mesmo evidenciando que a missão primeira de Jesus é salvar cada homem e toda a humanidade daquilo que, de fato, rouba-nos a vida eterna, os Evangelhos não ignoram a proximidade de Jesus á dor e ao sofrimento humano, dos quais, inclusive, Ele assumiu participar, entregando-se na cruz. O episódio da cura da sogra de Pedro relatado pelo evangelista Marcos expressa a sensibilidade de Jesus que se aproxima, toca e ajuda-a a se levantar, revelando: Deus ama de perto, participa de nossas alegrias e angústias, de nossas conquistas e quedas (Mc 1,29-39).
A experiência de ser visitado continuamente por Jesus, ser por Ele tocado e ajudado a se levantar marca, profundamente, a caminhada do discípulo que, transformado por este encontro de amor, como a sogra de Pedro, põe-se a servir, ou seja, agradece amando, acolhendo, perdoando e favorecendo que todas as pessoas sejam, também, libertas dos males mais profundos, da exclusão, inserindo-as e integrando-as tanto à comunidade dos seguidores de Jesus quanto a própria sociedade.
Por: Padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça
Sobre o autor:
Pe. Ivanaldo é pós-graduado em Psicologia, pároco da Paróquia São José de Olímpia. E-mail: ivanpsicol@hotmail.com