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Artigo do padre Ivanaldo: Decida
Atitudes muito comuns no que se refere à tomada de decisões exigem maior atenção. Dentre tantas, exemplo clássico é quando, diante de questões de fundamental importância a serem solucionadas, alguém pede o uso da palavra e, solenemente, sugere: Será decidido o que a maioria quiser! Aplausos e gritos aprovam a brilhante ideia como quando na comemoração de um gol. Em menos de dez minutos tudo está resolvido. Atenção! Não estamos nos referindo à decisão sobre quando será o próximo “happy hour”, mas sim, a questões fundamentais.
É assim que muitas vezes, para não dizer na maioria das vezes, se decide sobre a vida de pessoas, famílias, empresas, instituições e Estado, mesmo que os procedimentos oficiais não demonstrem. Subentende-se que a maioria sempre sabe o que faz, que a maioria sempre tem razão, que a maioria sempre está preparada para tomar a melhor decisão.
O recurso “a maioria decide” é muito utilizado por chefes, ditadores e aproveitadores de todas as naturezas. Servem-se dele para manterem-se no poder, sobretudo, quando se sentem ameaçados. Se questionados responderão: a maioria quis assim. Como contra-argumentar? Do outro lado, descomprometidos e indiferentes, estão os que, desde que tirem uma fatia do bolo, pouco se importam com as questões a serem decididas. Se questionados, nada responderão. Quem é a maioria? Sujeito oculto, indeterminado, conceito abstrato. Como e com quem contra-argumentar?
Uma minoria, alvo dos ataques movidos, ora pelos detentores do poder, ora pela maioria cega, abraça a causa, disposta a refletir, em busca de soluções. Estes se distribuem em dois tipos: os que se isolam sozinhos ou se isolam em grupos, apresentando-se como detentores absolutos do saber, dando-se o direito de categorizar pessoas por graus de evolução, colocando-se no topo da pirâmide, como iluminados. Enrijecidos pelo radicalismo, tornam-se tão iguais ou piores que os detentores do poder. O outro tipo, são os que, não obstante os percalços, ataques, perseguições e ciladas de todas as naturezas, abraçam a causa a partir de dentro, doando-se, totalmente, sem abandonar ou trair os valores os quais que se propuseram defender.
Na verdade, direta ou indiretamente, explícita ou inconscientemente, todos tomamos decisões. Promover e manter a ignorância da maioria é uma decisão. Assumir a postura de ser maioria, omitindo-se eternamente, é decisão. Ser minoria consciente e extremista é decisão. Ser minoria consciente e aberta às mudanças necessárias é decisão. Decida!
Ivanaldo Mendonça
Padre, Pós-graduado em Psicologia, Coaching
ivanpsicol@hotmail.com
Postado em 14/03/2013 às 14h08 - Imagem da Internet