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No quesito liderança o Brasil está entre os piores do mundo, ocupando o 19º lugar numa lista de 20 países, segundo pesquisa feita pelo Institute of Leadership and Management, do Reino Unido. O excesso de centralização é apontado como a principal causa desta condição. Despreparado para o cargo e sob a pressão da alta expectativa das empresas por melhores resultados, o gestor brasileiro sofre uma carga com a qual não consegue lidar. O medo de errar leva-o a servir-se do recurso mais disponível, dar ordens, dando voz ao chefe centralizador e autoritário. Considere-se também que, no Brasil, 41% dos chefes chegam ao cargo por indicação do gestor direto. Na hora de indicar alguém, os lideres optam por quem tem perfis parecidos com os deles, fenômeno chamado de efeito dominó da incapacidade da liderança.

Os novos modelos apontam e as organizações inovadoras buscam líderes que não imponham sua vontade. Para atender esta demanda exige-se do líder, sobretudo, a capacidade de “construir laços”, ou seja, aproximar pessoas, construir relações positivas, ser facilitador. Para que esta competência torne-se realidade o líder disposto a ser construtor de laços deve:

Impor menos e perguntar mais. Realizar reuniões periódicas, compartilhar e aproximar-se da equipe. Apresentar experiências, reflexões e fazer perguntas, sem impor, auxiliando a equipe a entender o que está desencadeando erros e como corrigi-los. A liderança consegue força quando as pessoas se sentem parte do processo.

Agir rapidamente para resolver problema e atingir metas. Para isso, o líder dever ter condições de fazer leituras eficientes do cenário e, ao identificar o problema, auxiliar a equipe na compreensão e superação. A liderança que vai direto a fonte, pergunta, sem medo de errar, conquista a confiança das pessoas.

Criar uma rede forte. Como articulador, o líder precisa gerenciar a rede de contatos, investir tempo nas relações. Para conseguir se conectar, deve mostrar-se disponível e interessado em ajudar. Quanto mais o líder conhece a respeito de si mesmo e entender seus objetivos, mais saberá como conectá-los aos objetivos das outras pessoas.

Diante do desafio apresentado, o primeiro passo no processo de desconstrução-reconstrução consiste na mudança de mentalidade, tanto por parte das pessoas quanto das organizações (empresas ou instituições), no que se refere ao conceito e competências essenciais à prática da liderança. Aos líderes é necessário empenhar esforço no sentido de mudar o pensar, o sentir e o agir, o que implica autoconsciência e comprometimento rumo à superação. Liderar em alto nível é construir laços!

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia, Coaching

ivanpsicol@hotmail.com