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Artigo do padre Ivanaldo: Mudança de Época
‘Não sei o que fazer’ é a resposta de muitos diante dos desafios, sobretudo, os atuais. As tradicionais receitas e fórmulas mágicas, transmitidas como respostas certas e únicas ao longo dos tempos, revelam-se infrutíferas perante as crescentes demandas que, em todas as dimensões, exigem respostas, além de rápidas, eficazes e eficientes. Enquanto muitos insistem nas antigas receitas e pagam, mesmo que inconscientemente, um alto preço, muitos outros já perceberam que novos desafios e problemas exigem novas respostas, empenhando esforços nessa direção.
No caminho rumo à superação, cresce cada vez mais a consciência da necessidade de contemplar e explorar o conceito e valor denominado ‘competência’, que o dicionário define como “repertório de comportamentos e capacitações que algumas pessoas ou organizações dominam melhor que outras, fazendo-as eficazes em uma determinada situação”. O percurso rumo à superação exige, igualmente, a mudança de paradigmas, ou seja, dos padrões e modelos pré-estabelecidos e seguidos.
Os modelos do século passado já são considerados antigos, ultrapassados. Entre o que aprendemos no ontem e o que devemos fazer no hoje, existe um espaço em forma de ponto de interrogação. Não vivenciamos unicamente uma época de mudanças, adequando e/ou readequando conceitos e práticas em torno dos mesmos pilares e referências. Vivenciamos uma mudança de época! São outros os pilares, outras as referências, outras as práticas e outros os valores.
Os esforços para preencher as lacunas resultantes do processo de transformação, indicam que, dentre os principais elementos a serem contemplados, está a transição entre os modelos, a saber: do lógico e racional para o criativo e imaginativo; do linear e contínuo para o descontínuo; da análise para a síntese e integração; do conhecimento para a aprendizagem e exploração; da certeza para a curiosidade; do julgamento para opções baseadas na visão, onde se quer chegar; da resposta-reativa para a pró-atividade e antecipação; da comparação com o passado para a experiência do presente; da dedução para a intuição; do calculista para a valorização da intuição; da monotonia para o entusiasmo e dinamismo.
Não se trata de modismo, mudar por mudar. Todo processo de transformação deve ser conduzido de forma madura, equilibrada e sensata, superando, sobretudo, extremismos como o cientificismo, progressismo e relativismo, tendências que submetem o todo à visão restrita de partes. Fundamental considerar que existem valores atemporais, os que dizem respeito às raízes, à essência do ser humano. Inevitável, porém, admitir: estamos numa mudança de época.
Ivanaldo Mendonça
Padre, Pós-graduado em Psicologia
ivanpsicol@hotmail.com