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Artigo do padre Ivanaldo: O Julgamento
A Semana Santa celebra o principal fundamento da fé cristã: a ressurreição. Pela Sua paixão-morte-ressurreição, Jesus, Filho de Deus feito homem, cumpre a missão de libertar a humanidade do poder do pecado, restituindo-lhe o livre acesso às realidades divinas, resgatando ao homem a dignidade de imagem e semelhança de Deus. A Páscoa, vitória da vida sobre a morte é a expressão máxima dessa verdade de fé. Todo aquele que crê e professa, firmemente, Jesus Cristo como o Senhor de sua vida participa, igualmente, de Sua Páscoa.
Registrada num momento da história a ação de Deus ultrapassa o limite cronológico, revelando-se uma realidade permanente, possibilitando a todos experienciar a força do Seu poder salvador. A celebração dos acontecimentos decisivos da vida de Jesus, muito mais que lembrança histórica é atualização do efeito salvífico da Páscoa na vida de cada crente e na caminhada da comunidade dos crentes.
A dinâmica da vida de Jesus sintetiza e representa a dinâmica da vida de cada ser humano que tem diante de si a missão de ser feliz e colaborar para que o mundo também o seja. Através das escolhas traduzidas no pensar, sentir e agir, cada pessoa aproxima-se ou distancia-se do cumprimento desta missão. Jesus propõe um Projeto de Vida e, á medida que fazemos e renovamos o propósito de fidelidade ao nosso projeto de vida, tendo-O como referência, posicionando-nos livre, consciente e responsavelmente, atraímos o mesmo desfecho.
Diante do julgamento que a vida promove, como no julgamento de Jesus, nota-se as mais diversas posturas. Há quem se posiciona de forma negativa: os injustos acusadores, como as autoridades; os omissos, como Pilatos; os que, mais por ignorância que maldade, se vendem, como Judas Iscariotes; os que sem saber o que acontece gritam: “crucifica!”; os que insultam, ridicularizam e ferem. Há quem se posiciona de forma positiva: os que, solidários, enxugam o rosto cansado, como Verônica; os que ajudam a carregar a cruz, como Simão Cirineu, os que permanecem diante da cruz, como o discípulo amado e Maria; os que consolam e são consolados como os apóstolos no cenáculo; os que percebem o sumiço do corpo, como as mulheres; os que correm até o túmulo, como Pedro; os que anunciam e alegremente: Jesus ressuscitou!
De forma consciente ou não, cada pessoa participa, diretamente, do julgamento que, naturalmente, a vida promove. Há que evidenciar a força amorosa e fiel daqueles que, em Cristo, por Cristo e com Cristo, superam, a cada dia, o poder aparentemente destruidor das trevas, renascendo constantemente como sinais e instrumentos de vida.
Feliz e abençoada Páscoa!
Ivanaldo Mendonça
Padre, Pós-graduado em Psicologia
ivanpsicol@hotmail.com
Postado em 17/04/2014 às 11h10 - Imagem da Internet