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Artigo do padre Ivanaldo: Sobre o amor

Postei numa rede social a seguinte afirmação: “Posso amar-te muito mais do que imaginas! Posso amar-te muito mais do que precisas! Mas não posso amar-te da maneira, forma e jeito que queres!”.

A reação foi imediata. Em fração de segundos, a mensagem recebeu inúmeros comentários. Expressões do tipo “hummmm”, “vixiiiii”, “nossaaaaa”, diziam tudo e nada ao mesmo tempo. Um sermão recordava-me das minhas atribuições; a quem disse que meu coração era de Jesus, respondi “o seu também deve ser”; houve quem lesse como poesia, quem curtisse e quem compartilhasse. Fiquei feliz!

Considero extremamente valiosa esta experiência, que me possibilitou compartilhar e refletir com diversas pessoas sobre o sentido do amor e da arte amar. De fato, amar é o mais difícil exercício para o ser humano. Boa parte das pessoas relaciona amor diretamente a sexo. Assim, entende-se porque muitos exigem e oferecem sexo como sinônimo de Amor. Tantos outros limitam amor à relação entre gêneros, homem e mulher.

Na prática, em se tratando de amor, cada um reage a partir de suas referências internas e externas. Consideramos que nosso amor e nossa maneira de amar são os mais verdadeiros; sofremos amargamente, quando não correspondidos à altura de nossas expectativas. Ignoramos ou não somos educados para a compreensão de que, na imensidão do universo, nosso amor e nossa forma de amar assemelham-se a um riacho e, que, para além de nós existe o rio e, para além do rio existe o mar.

Amor é o máximo desejo do bem a alguém ou a alguma coisa. A mais sublime expressão de amor ultrapassa o nível erótico (amor 'eros'), baseado no aspecto físico. A mais sublime expressão de amor ultrapassa o nível da amizade (amor 'philia'), baseada na troca. A mais sublime expressão de Amor é a partilha do Ser, que leva, consequentemente, à partilha do que se tem. Apegamo-nos a todas as variáveis e desconsideramos o mais importante: o Ser, tanto do outro, como o nosso.

A afirmação postada na rede social quer ser expressão do mais sublime amor, que ultrapassa os limites da imaginação, da necessidade e, acima de tudo, não se escraviza neste ou naquele jeito, exigência e mania que, querendo tanto possuí-Lo, o expulsa do coração. Expressemos sim o amor que sentimos, deixemos claro que este amor supera todas as expectativas, mas não consintamos que o amor seja escravizado.  Minha gratidão aos amigos que ofereceram através de seus comentários, matéria-prima para dar vida a este texto. Amo vocês!

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia, Coaching

ivanpsicol@hotmail.com

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