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Artigo do padre Ivanaldo: Solucionar Conflitos
A capacidade de solucionar conflitos sempre consistiu numa virtude humana especial. No entanto, nunca esta habilidade foi tão requerida e valorizada quanto em nossos dias, em virtude da crescente demanda. O conflito é fruto da necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis, gerando antagonismo que compromete a tomada de decisão.
Um conflito não pode ser considerado “bom“ ou “ruim”, mas, simplesmente, uma realidade natural que acompanha o ser humano, podendo ser intrapessoal (sobre o que o ser humano traz em seu interior), interpessoal (sobre interesses de pessoas), intergrupal (sobre interesses de grupos) e interorganizacional (sobre interesses das organizações). Considerando o desenvolvimento integral do ser humano, o conflito apresenta-se como oportunidade ímpar de superação.
O foco da questão recai sobre o ‘como’ solucionar conflitos, visto que o fracasso gera resultados terríveis, muitas vezes, irreversíveis. A solução de conflitos está profundamente aliada à habilidade de negociação que, ao contrário do que muitos entendem, não é a arte de levar vantagens ou saber enganar o outro, mas sim, o processo por meio do qual as partes se movem das suas posições iniciais divergentes até um ponto no qual o acordo pode ser obtido. A negociação objetiva um acordo de forma que todas as partes envolvidas sintam-se satisfeitas, ou seja, todos ganhem.
A abordagem negativa do conflito instabiliza relações, afasta as partes, reduz confiança, piora o diálogo, alimenta emoções ruins, enfraquece pessoas, desmotiva. A abordagem positiva do conflito estabiliza relações, aproxima as partes, aumenta confiança melhora o diálogo, fortalece emoções boas, torna as pessoas mais preparadas, motiva. Um processo de negociação saudável cria valor, é baseado em comportamentos abertos, estimula o compartilhamento de informação e a revelação mútua de percepções sobre preferências e implicações das ações, gera um clima harmonioso.
Conferir legitimidade ao processo de negociação dá às partes a percepção de justiça no acordo, que deve ser baseado em princípios segundo os quais os participantes sejam solucionadores de problemas, a meta seja resultados sensatos, o relacionamento distinga pessoas de problemas, a confiança gere independência, o objeto explore interesses e as disputas busquem resultados com padrão. Este é o caminho para a solução de conflitos. O contrário disso faz com que os conflitos evolua, negativamente, para a condição de problema, tornando ainda mais distante a tão sonhada solução.
Ivanaldo Mendonça
Padre, Pós-graduado em Psicologia
ivanpsicol@hotmail.