Multimídia - Notícias
ESPECIAL 40 ANOS: Bispado chora a morte de Dom José de Matos Pereira
Por William Pirola
Nascido aos 6 de janeiro de 1918, Dom José de Matos Pereira faleceu aos 58 anos de idade. Ingressou no seminário aos 14 anos pela Congregação dos Filhos do Coração de Maria (Claretianos), estudando nos seminários de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Dom José fez a diocese florescer em um ritmo incessante e de forma única com pouco mais de três anos de luta e batalha. A então recém-criada Diocese de Barretos recebeu do Papa Paulo VI o presente de ter Dom José como seu primeiro pastor e se transformava em uma das mais ativas e atuantes dioceses do Brasil. No dia de sua posse, a frase que mais marcou a cerimônia foi pronunciada pelo então Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns: “Vocês ganharam a joia de São Paulo”.
Com o lema “O amor de Cristo nos une”, Dom José não só uniu, mas teve também a grande provação de iniciar esta obra que comemoramos: 40 anos de Vida e Missão. Retratar esta perda inestimável é como retratar em palavras o que o seu rebanho sentiu na época, as angústias de cada alma, e poder sentir até nos dias atuais. Durante a segunda leitura da missa que estava sendo celebrada no quarto que Dom José estava internado na Santa Casa de Barretos, ele pedia para que parassem por alguns instantes para que pudesse meditar. Quando começou a falar surpreendeu a todos com a frase: “Eu vou para a casa de meu Pai”. Esta foi uma das manchetes retratadas por um dos jornais da época em Barretos e na região.
Dom José passou a última noite de sua vida ao lado de seu irmão, Pe. Luiz de Matos, no quarto 301 da Santa Casa. “Vivemos, eu e José uma noite de muito sacrifício e muita tranquilidade. O José, por carregar sua cruz, e eu por vê-lo com tanta resignação”, disse o irmão. O bispo sofria de uma grave enfermidade no intestino.
Às 19h33 do dia 12 de agosto de 1976, o bispado de Barretos chorou com o falecimento de Dom José. Não só a comunidade se entristeceu, mas a natureza mudou. Após um dia de sol, trovejou e choveu muito.
O corpo foi velado na Catedral do Divino Espírito Santo em Barretos onde foram celebradas 12 missas de corpo presente reunindo milhares de fiéis e homenagens póstumas. Uma das homenagens foi realizada pelo aeroclube da cidade que sobrevoou a Catedral fazendo uma chuva de rosas. O município recebeu ainda do prefeito Ary Ribeiro o comunicado de luto oficial por três dias, assim como na cidade de Cajobi e outras cidades da diocese.
Postado em 11/04/2013 às 11h23